'O inconsciente é estruturado como uma linguagem.' (J. Lacan)
No inconsciente encontram-se conteúdos psíquicos não acessíveis à consciência; materiais que foram em algum momento excluídos da consciência, censurados e reprimidos. Ocorre que tais conteúdos não são esquecidos, nem perdidos, e continuam afetando a nossa vida consciente, indiretamente. O inconsciente não é apático, muito menos inerte, havendo uma vivacidade e imediatismo em seu material. Dentre as chamadas formações (ou expressões) do inconsciente, encontram-se os sonhos, lapsos (esquecimentos), atos falhos e os próprios sintomas. Para ilustrar, Freud comparava o psiquismo humano a um iceberg, onde a consciência seria representada pela pequena parte visível, acima da superfície, e o inconsciente corresponderia à grande parte submersa e profunda, constituída por correntes escondidas, mas, não obstante, atuantes na vida mental consciente. Sobre a questão do inconsciente, Garcia-Roza (2002, p. 11) escreve o seguinte: 'O enigma da psicanálise - ou um dos enigmas da psicanálise - reside nesse fato desconcertante e perturbador: o de que somos dois sujeitos, um dos quais nos é inteiramente desconhecido'. Através da sua obra, Freud nos mostrou que não somos o centro nem mesmo de nós mesmos, pois estamos constantemente sujeitos a pulsões (impulsos) cuja origem (inconsciente) nos é inteiramente desconhecida. A revista Superinteressante (ed. Abril), em sua edição de fev. 2013, traz 'O Mundo Secreto do Inconsciente' como matéria de capa, afirmando que as últimas descobertas da ciência confirmam a principal teoria de Freud (sobre o inconsciente).
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